SALA DE LEITURA DA EAT

SALA DE LEITURA DA EAT
Vê-se CS Lewis no Quadro Central, ladeado por seus livros, o Busto de MacDonald à direita e a "Vela do Saber" acesa.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Súplica da Humildade Divina



Seguindo os costumes das velhas tradições católicas, esta Escola vem oferecer hoje uma reza inspirativa, cujo conteúdo serve direitinho para uma melhor visualização da teoria da Predestinação frente ao livre-pensar da Teologia Lewisiana. Eis aí uma antiga súplica nos moldes sacramentinos (use segundo a instrução e siga também o link fornecido).

Súplica da Humildade Divina

Diga primeiro o seu nome completo a Deus. Depois diga: sou apenas... (repita seu primeiro nome).

Pai amado, Pai santo.
Venho te pedir para me ajudar em questões que não estou podendo interferir.
Nem precisarei te apontar quais são, pois tu já as vistes em minha agenda, e já viste também o quanto elas fugiram de meu alcance humano.
Assim sendo, venho te pedir, ó Pai, até onde alcance a tua interferência, dentro dos meandros do Livre-arbítrio, que interfiras em prol de minha súplica na questão tal...
Da mesma forma, venho te pedir, ó Pai, até onde possa chegar a tua pinça cirúrgica, dentro dos meandros do livre-arbítrio, que interfiras em prol de minha súplica na questão tal...
Da mesma forma, venho te pedir, ó Pai, até onde possa chegar a tua mão santa, que interfiras em prol de minha súplica na questão tal...
Da mesma forma, venho te pedir, ó Pai, até onde possa tocar o sinete da perfeição, que interfiras em prol de minha súplica na questão tal...
Da mesma forma, ó Pai, venho te pedir, até onde possa ir a liberdade com a qual te cingistes para criar a matéria de teu Amor, que interfiras em prol de minha súplica na questão tal...
Que assim seja, amém.

[REPETE TODO O PARÁGRAFO, dependendo da quantidade de pedidos]

Enfim, ó Pai, só me resta contar com tua interferência nas questões que te confessei, e também já me postar em agradecimento formal ao teu devotado amor para com este teu minúsculo servo, que jamais obteria êxito nesta vida sem os teus afetuosos e paternais cuidados.

Sendo só o que me veio à mente nesta hora, encerro minha petição enormemente agradecido pelas ajudas até então percebidas pelos meus olhos, e assim o faço em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.
______________________________________________
PS1: Peço encarecidamente a quem tiver lido esta oração, e tenha sido de alguma forma por ela tocado, que aproveite o toque de Deus e complemente a sua leitura clicando NESTE link para uma outra oração, encantada em outra forma poética e misteriosa.

PS2: Após esta segunda leitura, ponha no seu coração esta reflexão de Leonardo Boff. Abre aspas: "(...) A pessoa não foi criada para conhecer um fim na morte, mas para se transfigurar através da morte. Passa, como diriam os alquimistas medievais, por um processo alquímico e entra numa ordem mais alta. Os cristãos chamam a isso de ressurreição. Ela não significa a reanimação de um cadáver, mas a transfiguração completa do ser humano em comunhão com o Ser. É a dialética da semente: 'se o grão de trigo, caindo na terra não morrer, ficará só, mas se morrer, produzirá muito fruto', como disse o Mestre. Hoje a natureza e a Humanidade vivem sob pesada sexta-feira santa ameaçadora. Há devastação e sofrimento em demasia. A via-sacra tem estações sem fim. A nossa esperança é que este padecimento se ordene a uma radiante transformação, a um novo paradigma de convivência onde não seja tão difícil tratarmos os seres da natureza com compaixão e nossos próximos com humanidade e cuidado. Depois que Cristo ressuscitou após um fragoroso fracasso pessoal, não temos mais direito de ficar tristes e de perdermos a esperança. Do caos pode vir sempre vida nova. A história e a saga de Jesus nos oferecem o sinal credível" (fecha aspas).

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

“A Prosa Profunda dos Paradoxos da Profecia”



Ouvindo o galo cantar no poleiro certo do coração petrino, um monge beneditino deu a resposta mais contundente ao discípulo que não conseguiu dirimir a dúvida final acerca da necessidade de pertença a uma denominação cristã. Neste post, oferecemos com prazer o foco central do argumento dado pelo monge, o qual pode ser entendido como o resumo mais simples de uma conversa de quase 3 horas de duração, ocorrida há quase 100 anos. Ipso facto, como a Escritura diz que nenhuma profecia provém de interpretação particular, no meio da conversa ouviu-se o seguinte:
Os protestantes ora pensam que os padres não conhecem as Escrituras (e por isso deveriam lê-la e estudá-la com profundidade); ora pensam que eles a conhecem, mas a interpretam mal (e por isso os padres admitiriam o uso de imagens nos templos, do próprio Cristo no pão e do Purgatório na vida além-túmulo) [Ressalte-se que esta visão protestante acerca dos padres às vezes é aplicada até ao papa! – embora com o papa Francisco temos visto manifestações impressionantes: vide foto]. Ora, há uma enorme confusão aqui, pois os próprios evangélicos defendem que a Revelação não provém de interpretação particular e se esquecem que a interpretação de Lutero se enquadra perfeitamente neste sentido, e foi muito posterior à interpretação católica de 2000 anos. Então alguém teria que perguntar: qual das interpretações está certa? A mais velha – a católica – ou a mais nova, de Lutero? Ora, se para cada um dos dois grupos ambas estão corretas, então como avaliar qual das duas merece mais confiança lógica? É óbvio que uma ideia mais antiga, e (por isso mesmo) respaldada num número maior de defensores, teria muito mais chance de estar certa e dar uma resposta mais precisa para o amontoado de paradoxos da Revelação. E justamente isso, os paradoxos enxergados pelas diversas interpretações, é que se tornam a chave-mestra para abrir este intrincado labirinto. Logo, encarar de frente a chuva de paradoxos que constitui a Escritura Sagrada é a pedra-de-toque para se filiar de vez à Igreja Católica; pois, sendo a mais velha do Cristianismo, foi também a que ao longo de um tempo MAIOR dedicou mais mentes a decifrar todos os enigmas e a encontrar os equilíbrios necessários à posse da interpretação mais adequada, deixando O Único Caminho livre e iluminado para a melhor decisão humana de pertença ao Cristianismo”. Bastaria, por exemplo, ler um Chesterton para deduzir isso tudo. PS.: Dada a quantidade de conceitos e significados aqui empregados, recomendamos ao leitor uma releitura do texto acima, para evitar a perda de algum sentido mais escorregadio entre as palavras.

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Como um político brasileiro aceitará a velha Moral no Congresso?



Só muita ingenuidade para pensar que qualquer político tupiniquim viesse a acatar com firmeza a dita “Moralidade Antiga”, aquela defendida por Chesterton e que CS Lewis chamou de Lei da Natureza Humana ou “Lei do Justo e do Injusto”, que era nada mais nada menos que a velha “Lei da Natureza Humana” no bom senso histórico de todas as civilizações. Seria a coisa mais estapafúrdia e a piada mais esculachada de todo o repertório nacional, para dizer o mínimo. A Moralidade Antiga é a antítese plena da desonestidade em pensamentos e palavras, atos e omissões, e nada na vida consegue ficar de fora de sua abrangência multidimensional, iluminada pelas páginas da Bíblia. Com efeito, a Palavra de Deus diz textualmente que qualquer pessoa que errar no menor dos mandamentos, se torna culpado de todos os outros (!), o que torna a honestidade um padrão digno de (ou até exclusivo dos) anjos de Deus, imaculados pela eterna convivência com a santidade do Criador. Quando diz que “não há um justo sequer, um só que faça o bem”, está traduzindo em alto e bom som que “não há uma única pessoa na Terra que seja honesta”, porque a honestidade perfeita só existe hoje fora da Terra, lá na pátria celestial. Isto posto, não é nenhuma surpresa, em absoluto, encontrar um parlamentar brasileiro querendo extirpar a Ética das ações do Congresso, pois o primeiro a quem ele visa livrar das penas da desonestidade é ele mesmo, pois já se acostumou a dormir com a consciência conspurcada e por isso quer apenas o terreno livre para agir sem os olheiros incômodos da mídia investigativa e outros abelhudos. Eita cenário triste da Pré-Tribulação que se avizinha, já espalhando sua fedentina por toda parte! Se algum cristão consciente imaginava viver os últimos dias do mundo sem ser enlameado pelos esguichos de sujeira da imoralidade do mundo, agora caíram as últimas cartas de seu castelo de papel! Quem viver verá... Pior, quem vier a ver afundará na lama...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Diretoria da Globo é míope ou está desesperada

Com uma frequência inexplicável e descabida, a Rede Globo de Televisão tem produzido novelas cada vez mais repetitivas, com o foco de seus enredos cada vez mais enfadonhos na mesma lenga-lenga de sempre: sexo sem compromisso, traição conjugal, mulheres levianas, paixões proibidas (e paixões que justificam qualquer desfecho), enfim, tudo girando sempre na monótona roda de uma sociedade ultrafreudiana, onde tudo gira em torno do sexo e para o sexo. Assim sendo, cremos ter chegado o momento em que a alta cúpula da Globo deveria parar e repensar o seu enfoque programático, admitindo com sinceridade a sua mesmice e a franca alavancagem de uma nova programação, onde a mudança pensada poderia contemplar novelas (se é que estas ainda devam existir) que sejam educativas e técnicas, ao invés de romances água com açúcar de baixo calão. Pelo menos é o que propõe um bom artigo de Paulo Milet (leia-o NESTE link), sem dúvida motivado pela crescente insatisfação dos folhetins à grande parte das massas que outrora vibravam tanto com novelas inteligentes como O BEM AMADO, O REBU, ROQUE SANTEIRO, RODA DE FOGO, etc.. De fato e com efeito, temos catalogado um fenômeno social muito interessante nestes últimos anos, a saber: famílias inteiras sentadas do lado de fora de suas casas bem nos horários ditos “nobres” das novelas da Globo, ou jogando cartas, damas, passeando de “night-bikes”, lendo, jogando conversa fora, enfim, fazendo outra coisa que não vendo novelas! Isto é um ÓTIMO sinal de que as coisas estão mudando, ou de que o povo já se cansou da mesmice novelesca, ou de que chegou a hora – e já vem tarde – de os diretores globais repensarem suas programações. Qualquer atitude que marche contra a mudança desejada pelo povo – e apontada pelos novos comportamentos sociais – só poderá ser encarada como miopia ou desespero, senão vejamos:
A miopia seria não enxergar que o enredo das novelas já cansou (pelo menos já cansou boa parte da audiência outrora fiel a elas) e o desespero seria a miopia de não enxergar nada que possa atrair mais audiência, o que é uma tremenda mentira (o mundo é encantado e encantador demais para que uma megamultinacional como a Globo não consiga captar, no planeta inteiro, coisas que cativem seus telespectadores). Todavia e finalmente, há uma terceira hipótese para a insistência com as novelas: é o desespero de seu “governo-oculto” em ver que grandes somas da população estão se voltando para a religião (3 milhões com o papa na JMJ e outros milhões com os evangélicos, conversões de artistas, etc.) e assim ele precisa insistir na depravação como último recurso para ressodomizar o mundo! Se assim é, glória a Deus por mais uma vitória de Cristo, que vai, correndo por fora, mas ganhando almas, no silêncio das televisões desligadas. Amém.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Escritora brasileira fala de “arrogância” como Lewis falou

Em duas matérias sensacionais (veja a primeira NESTE link e, para a segunda, clique aqui), Fernanda Pompeu descreve, sem papas na língua, aquilo que caberia a um bom intérprete (do capítulo VIII do livro “Mere Christianity”, chamado ‘O Grande Pecado’) explicar acerca do orgulho humano, herdado diretamente dos anjos do inferno como câncer da alma. São abordagens muito bem feitas, embora com as concessões típicas da pós-modernidade ao hedonismo, e sem as diretivas de Lewis ao coração do leitor e do próprio autor, como cabe a um texto canônico. Na primeira matéria, intitulada “Que mal ela nos faz”, Fernanda expõe os pontos onde a arrogância vai fazendo os piores estragos no coração humano, ao ponto de tornar a pessoa detestável, insociável e finalmente alijada da convivência, condenada ao isolamento total (isto também lembra o livro “The Great Divorce”). O ponto menos consistente é o final do artigo, que não cita a solução trazida por Jesus, a saber, a humildade forçada pelo arrependimento de pecados e pela santificação, únicas armas eficazes no combate à maldita herança adâmica. 
Na segunda matéria, chamada “O grande no pequeno”, Fernanda se volta com veemância contra os efeitos arrogantes do orgulho, que leva o mais nobre cidadão (médicos, advogados, cientistas e até pastores e clérigos) a trabalhar pela causa alheia, mas jamais enxergando em si os defeitos que promovem o caos nas relações humanas e no mercado de trabalho. É uma cacetada naquela parte do “ego-ladrão” que vê os grandes roubos numa empresa ou num governo, mas jamais interpreta como roubo um pequeno privilégio conseguido às custas de pistolões ou brechas fiscais nas organizações. Enfim, são dois bons e raros exemplos de exortações ao “inatacável” homem pós-moderno, que erigiu o mundo ilusório da auto-perfeição.