SALA DE LEITURA DA EAT

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Vê-se CS Lewis no Quadro Central, ladeado por seus livros, o Busto de MacDonald à direita e a "Vela do Saber" acesa.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A teimosia do homem e a paciência de Deus


As igrejas dizem que ambas um dia se encerram, mas CS Lewis diz que ambas podem ser eternas, e isto propõe um final dramático para a longa história da perdição humana no planeta Terra.

Os anões entraram no Paraíso de Aslam e mesmo assim, com todas as bênçãos de um mundo perfeito, continuaram cegos para todos os benefícios de sua nova condição, desesperando Lúcia, que queria imensamente a regeneração deles, outrora amigos de Nárnia. Aslam mostrou a ela o que podia fazer e o que não podia: o desespero tomou conta de Lúcia, porque esta comprovou, in loco e pessoalmente, que a perdição eterna está DENTRO do coração humano – assim como o Reino de Deus está no meio de nós – e só o homem pode recuperar-se. Deus, naquele livro (“A Última Batalha”), é mostrado quase como que impotente, ou não onipotente, com toda a sua alardeada “soberania” inoperante diante da Lei do Livre-arbítrio que o próprio Deus criou e outorgou, para horror dos calvinistas, presbiterianos, etc. Eis que a teimosia expressa na atitude renitente dos anões demonstra o quão perigoso e pegajoso é o pecado no coração humano, podendo este produzir até maus pensamentos, como Jesus explicou (Mt 15,18-19). Todavia a insistência de Deus pela conversão das almas também pode ser eterna, ou medida pelo tempo de Deus, que abrange passado, presente e futuro num só presente, como Lewis explicou noutros livros (“Milagres”, “Mere Christianity”). A Moral da História é: cada um de nós deve lutar feito o bom soldado contra as forças espirituais da maldade, que tentam não apenas apresentar pecados, mas fixar-nos naqueles que mais apreciamos, e por isso nos viciamos. Ao invés de contarmos ilusoriamente com o suposto poder usurpador do Livre-arbítrio que presumivelmente  o Senhor teria, devemos nos conscientizar e nos fortalecer para uma batalha “sem fim”, cuja vitória só ocorrerá após a limpeza completa que a convivência com Deus fará em nós, após o Juízo Final. Até lá, que arregacemos as mangas e nos revistamos de toda a couraça da Justiça, lembrando de anões que podem estar, até hoje, sentados em roda na grama macia, com a “cegueira da cruz”.

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