Releiam agora Rm 3,28 e
Tg 2,24. Vejam vocês como a Verdade se equilibra nos contrastes,
como dizia o nosso saudoso poeta Costa
Matos. Imaginem que aquele apóstolo que é chamado “irmão de
Jesus” pelos evangélicos, é justamente o cara que vai negar a
principal pregação protestante, a saber, a doutrina de que as almas
são salvas apenas pela fé (os crentes se baseiam em Paulo, que
falou mais na fé independente das obras = Rm 3,28). Para resumir
tudo a uma síntese, e de modo também tão conclusivo quanto Paulo,
vejam o que disse Tiago (2,24) no texto usado pelos católicos para
rechaçar a pregação monossêmica protestante. Em compensação, os
católicos não aceitam que Tiago seja irmão de Jesus, exceto no
sentido de que TODOS NÓS somos irmãos pela paternidade divina.
Neste caso, não sendo irmão de Jesus, Tiago seria só mais um
discípulo de Cristo, e portanto inferior, em termos de autoridade
teológica, a Paulo, que supostamente não seria o
ideal para pontuar a doutrina católica da salvação
pelas obras. É isso. O leitor vê a confusão proposital das
questões aqui colocadas? Vê como não se pode cochilar na questão
da pesquisa bíblica? – Portanto, isto tudo prova três coisas, a
saber: (1a) Que a Bíblia não pode ser vista
fragmentariamente, ou seja, por partes isoladas umas das outras, seja
por católicos ou protestantes; (2a) Que a salvação é
muito mais complexa do que podem supor as mentes humanas e as
igrejas; e (3a) Que o uso correto de todas as partes da
Bíblia levaria inevitavelmente à criação de uma igreja única,
uma vez que a Palavra de Deus não dá cabimento a nenhuma divisão
motivada por textos isolados, e o seu estudo profundo é quem
determinaria as bases e os rumos da Eclésia do Senhor. Logo, infeliz
e espantosamente, temos que concluir que a existência de milhares de
denominações cristãs é uma ABERRAÇÃO doutrinária grave,
que fere profundamente o coração ecumênico de nosso único Pai.
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