SALA DE LEITURA DA EAT

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Vê-se CS Lewis no Quadro Central, ladeado por seus livros, o Busto de MacDonald à direita e a "Vela do Saber" acesa.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

A suposta contradição entre Tiago, irmão do Senhor, e Paulo apóstolo

Releiam agora Rm 3,28 e Tg 2,24. Vejam vocês como a Verdade se equilibra nos contrastes, como dizia o nosso saudoso poeta Costa Matos. Imaginem que aquele apóstolo que é chamado “irmão de Jesus” pelos evangélicos, é justamente o cara que vai negar a principal pregação protestante, a saber, a doutrina de que as almas são salvas apenas pela fé (os crentes se baseiam em Paulo, que falou mais na fé independente das obras = Rm 3,28). Para resumir tudo a uma síntese, e de modo também tão conclusivo quanto Paulo, vejam o que disse Tiago (2,24) no texto usado pelos católicos para rechaçar a pregação monossêmica protestante. Em compensação, os católicos não aceitam que Tiago seja irmão de Jesus, exceto no sentido de que TODOS NÓS somos irmãos pela paternidade divina. Neste caso, não sendo irmão de Jesus, Tiago seria só mais um discípulo de Cristo, e portanto inferior, em termos de autoridade teológica, a Paulo, que supostamente não seria o ideal para pontuar a doutrina católica da salvação pelas obras. É isso. O leitor vê a confusão proposital das questões aqui colocadas? Vê como não se pode cochilar na questão da pesquisa bíblica? – Portanto, isto tudo prova três coisas, a saber: (1a) Que a Bíblia não pode ser vista fragmentariamente, ou seja, por partes isoladas umas das outras, seja por católicos ou protestantes; (2a) Que a salvação é muito mais complexa do que podem supor as mentes humanas e as igrejas; e (3a) Que o uso correto de todas as partes da Bíblia levaria inevitavelmente à criação de uma igreja única, uma vez que a Palavra de Deus não dá cabimento a nenhuma divisão motivada por textos isolados, e o seu estudo profundo é quem determinaria as bases e os rumos da Eclésia do Senhor. Logo, infeliz e espantosamente, temos que concluir que a existência de milhares de denominações cristãs é uma ABERRAÇÃO doutrinária grave, que fere profundamente o coração ecumênico de nosso único Pai.

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