O título deste post bem poderia ser “quem não lê perdeu os óculos
da fé”. É um título que parece ditado popular ou sabedoria de pedante, mas não
deixa de revelar uma contundente verdade. E pior, isto está sempre batendo à
nossa porta, seja como “vítimas” (quando se fala e escreve mal), seja como
autores, quando nos defrontamos com situações onde nosso interlocutor machuca
nossos ouvidos com palavras ou “concordâncias” daquele português vergonhoso dos
(semi)analfabetos. Pior ainda, o mero fato de tocar neste assunto já carrega
explosivos suficientes para gerar uma “guerra de palavras e insultos”, que
muitas vezes descambam para as baixarias típicas dos descontrolados
pós-modernos. Enfim, estamos num vale de lágrimas onde nos obrigam a engolir
argumentos contrários de opositores que mal sabem falar, ou cuja mente não
consegue concatenar as ideias, o que equivale a dizer que “não sabem acertar
nas concordâncias verbo-nominais”. Neste ambiente tão “construtivo” da
inerudição absoluta, o pouco que resta da fé cristã (e da esperança de um
conserto planetário) se esvai como água pura pelo esgoto, quando a dona de casa
não se organiza para poupar o líquido mais precioso de um mundo tridimensional.
Isto significa que se a cristandade não se postar de modo diferenciado dos
interesses mundanos, e não se organizar em tudo (inclusive no estudo da língua
pátria), a guerra exterior que desintegra cada centímetro do mundo irá invadir
suas casas, seus empregos, suas vidas, suas igrejas e até suas consciências,
“do jeito que o diabo gosta”. Não se enganem os cristãos que conseguem ler
isto: o bom manejo da língua, tal como o bom manejo
das Escrituras Sagradas (II Tm 2,15), é fator fundamental para a
salvação das almas, tanto em nível de evangelização, quanto em nível
individual, pois aquilo que não entendemos bem nos leva a não ensinar bem,
e assim a bola de neve da ignorância vai crescendo até o piso gélido da
inanição espiritual. Não é à-toa que nosso mestre se chama CS Lewis (um
filólogo de alta erudição), e também não é sem razão que encontramos tanta
igreja com pregações pífias, assim como crentes que nunca pregam porque mal
conseguem se explicar. Vocabulário pobre significa raciocínio curto: veja a
explicação disto NESTE
link.
E veja também o que escreveu dentro do tema a excelente articulista
Fernanda Pompeu numa crônica que ela chamou “Escreveu porque leu”. Fica claro, para bom entendedor, que se
alguém não tem o hábito de ler, dificilmente escreverá bem, e também entenderá
mal. É isso aí: Triste e dura realidade para a qual devemos abrir os olhos e os
ouvidos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário