SALA DE LEITURA DA EAT

SALA DE LEITURA DA EAT
Vê-se CS Lewis no Quadro Central, ladeado por seus livros, o Busto de MacDonald à direita e a "Vela do Saber" acesa.

segunda-feira, 10 de abril de 2017

A vigilância anti presunção é urgentemente necessária



Certamente o mais estranho e doentio fenômeno social de nossos dias acontece da seguinte forma, em argumentação ligeira. Há alguns séculos atrás (talvez há pouco mais de 60 anos), era raro encontrar uma pessoa que, chegando de repente no meio de uma discussão – ou de uma exposição – de um tema que até então não participava, entrasse no assunto já dando sua opinião ou cantando de galo, ao invés de OUVIR primeiro para depois opinar. Ou seja, parecia haver uma espécie de “espírito de atenção” (para não dizer “humildade discipular”) com o qual o recém chegado se postava sem precipitação, entrando quieto e ouvindo o que os presentes já estavam conversando antes de sua chegada. E mais ainda, que o recém chegado parecia ter PRAZER DE OUVIR a conversa, mesmo quando o assunto aparentemente não estava contido em seu cardápio de preferências intelectuais ou culturais. A chegada em silêncio era praxe e norma tácita tanto em ambientes escolares/acadêmicos, quanto em conversas tratadas dentro das casas, quando as famílias estavam reunidas trocando ideias. Enfim, aquele comportamento “silencioso” de audição atenciosa praticamente ditava toda a Educação intrínseca das pessoas, alfabetizadas ou não, e por isso havia muito mais ambientes tranqüilos para diálogos, quanto situações de paz social, com o efeito de produzir toda uma atmosfera sadia para o desenvolvimento psíquico e intelectual. Todavia alguma coisa mudou, e mudou gravemente, para pior. E encontrar as causas da mudança é um tremendo desafio, o que nos leva a aventar hipóteses sem estar livre de dúvidas pontuais. A saber: (1) pensamos tratar-se da escalada inexorável da depravação mundial, a qual, a partir da desobediência bíblica, leva cada alma a se achar “poderosa”, com opinião igual ou superior aos outros, e por isso não necessitando ouvir mais a ninguém acima de ninguém; (2) pensamos tratar-se de mero resultado da ansiedade de uma era de desespero, na qual todas as almas se vêem espiritualmente solitárias, sobretudo na satisfação de seus desejos pouco castos, e por isso a ansiedade atiça o “centro da fala” e a pessoa chega já acossada para falar e ser ouvida; e, por fim (3), pensamos tratar-se do resultado de um longo tempo de exposição às seduções degenerativas da Mídia a serviço do Comunismo, a qual gerou a ilusão de igualdade que garante a inexistência de uma Lei Moral, e sem ela TODAS AS OPINIÕES individuais ganham poder, e por isso todo mundo agora “se acha”, e se acha no direito de opinar sobre qualquer assunto, mesmo um que ela desconheça ou do qual não estava participando. Daí que a pessoa entra na sala e solta a sua opinião, muitas vezes um total desatino ou em total descompasso com o tema, muitas vezes até faltando com a verdade, e tão somente porque não soube ouvir e foi acostumado a falar de assuntos que nunca estudou! Eis aí o quadro atual, 100% diferente de épocas passadas, onde a cultura e o saber alheios eram respeitados, e onde as pessoas realmente APRENDIAM nas conversas e com as conversas, como o próprio Jesus também “aprendeu” conversando com os doutores. Fica aí a denúncia para olharmos para dentro de nós.

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