As igrejas dizem que ambas um dia se encerram, mas CS Lewis
diz que ambas podem ser eternas, e isto propõe um final dramático para a longa
história da perdição humana no planeta Terra.
Os anões entraram no Paraíso de Aslam e mesmo assim, com
todas as bênçãos de um mundo perfeito, continuaram cegos para todos os
benefícios de sua nova condição, desesperando Lúcia, que queria imensamente a
regeneração deles, outrora amigos de Nárnia. Aslam mostrou a ela o que podia fazer
e o que não podia: o desespero tomou conta de Lúcia, porque esta comprovou, in
loco e pessoalmente, que a perdição eterna está DENTRO do coração humano –
assim como o Reino de Deus está no meio de nós – e só o homem pode
recuperar-se. Deus, naquele livro (“A
Última Batalha”), é mostrado quase como que impotente, ou não onipotente,
com toda a sua alardeada “soberania” inoperante diante da Lei do
Livre-arbítrio que o próprio Deus criou e outorgou, para horror dos
calvinistas, presbiterianos, etc. Eis que a teimosia expressa na atitude
renitente dos anões demonstra o quão perigoso e pegajoso é o pecado no coração
humano, podendo este produzir até maus pensamentos, como Jesus explicou (Mt
15,18-19). Todavia a insistência de Deus pela conversão das almas
também pode ser eterna, ou medida pelo tempo de Deus, que abrange passado,
presente e futuro num só presente, como Lewis explicou noutros livros (“Milagres”,
“Mere Christianity”). A Moral da História é: cada um de nós deve lutar feito o
bom soldado contra as forças espirituais da maldade, que tentam não apenas
apresentar pecados, mas fixar-nos naqueles que mais apreciamos, e por isso nos
viciamos. Ao invés de contarmos ilusoriamente com o suposto poder usurpador do
Livre-arbítrio que presumivelmente o
Senhor teria, devemos nos conscientizar e nos fortalecer para uma batalha “sem
fim”, cuja vitória só ocorrerá após a limpeza completa que a convivência com
Deus fará em nós, após o Juízo Final. Até lá, que arregacemos as mangas e nos
revistamos de toda a couraça da Justiça, lembrando de anões que podem estar,
até hoje, sentados em roda na grama macia, com a “cegueira da cruz”.
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