Ninguém deve se admirar de ver o sucesso estrondoso das
igrejas protestantes modernas. E quanto mais elas focarem na teologia da
prosperidade, mais sucesso obtêm. O espanto jamais se justifica pelo simples e
seguinte fato: numa sociedade cansada, onde o pobre morre de trabalhar para ter
o que comer, a classe média se mata de trabalhar para ter algum conforto, e os
ricos se matam de trabalhar para garantir segurança e riqueza para seus filhos
e netos, não deve causar admiração alguma ouvir que todo mundo dá a desculpa de
“falta de tempo” para justificar a ausência de exercícios físicos, viagens sem
celular, leituras úteis, programas culturais, etc.. Ora, aqui está a armadilha!
Porquanto a mesma falta de tempo que impede uma viagem sem celular, que impede
a freqüência à academia de ginástica e outros descansos necessários, também
impede um programa cultural, uma leitura útil e outras atividades indispensáveis:
então é neste “saco” que se encontra a Bíblia e a teologia! Logo, não admira
que ao conversarmos com estes “crentes” modernos, descubramos gente ignorante,
gente que ouviu 3 ou 4 palavrinhas bíblicas (ou pior, 3 ou 4 palavrinhas do
pastor) e já assumiu uma sapiência exemplar, um ar professoral intocável, como
se todo o mistério divino pudesse ter cabido numa mente tão negligente quanto
uma dessas! A julgar pelo que diz a própria Bíblia (João 21,25), pelo que disse o professor
Cortella e por tudo o que escreveu CS Lewis, a humanidade está vivendo
modernamente uma das mais tristes ilusões de ótica da história humana, a saber:
os crentes das igrejas, que deveriam ser os discípulos de Jesus a andar pelo
mundo evangelizando e fazendo discípulos (Mt 28,19-20) como fez Felipe para o
Eunuco (At, 8,30-31), não passam de palhas secas, levadas ao vento, e com
cabeças-de-vento, sem nada a oferecer, conquanto carentes eles próprios de
conteúdo! Toda a pujança da teologia paulina e neotestamentária, que exige de
padres e (bons) pastores anos e décadas de estudo, não passa de miragem para
estes crentes modernos, e eles ainda adquirem a crença interior de que já estão
prontos para enfrentar o mundo, quando o mundo já os engoliu! Esta é a verdade!
E para lembrar de boas lições dos sábios do passado, eles diziam que “saco
vazio não se põe em pé”. Como Cristo nos quer de pé em sua presença (Lc 21,36),
é o caso de dizer: “mente vazia não se põe de pé porque cai no pecado, no
pecado da presunção de saber, e assim a igreja é ferida de morte na modernidade”.
Tristes tempos!.
quarta-feira, 25 de junho de 2014
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