Ao lermos hoje mesmo que a Tanzânia
continua a acreditar em bruxas, e que agora decidiu também matá-las (confira a
notícia NESTE
link), não podemos deixar de lembrar
de CS Lewis, mestre emérito desta Escola, quando ele explicava a razão pela
qual o mundo moderno não queima mais as bruxas. Ora; explicava ele, o nosso
século não acende mais fogueiras contra as bruxas, não porque nossa Moralidade
evoluiu, mas simplesmente porque ninguém mais acredita que existam bruxas, e
muito menos que elas sejam cruéis como nos contos de fada (nas
palavras dele: “é claro que a razão pela qual não se executam mais bruxas
hoje em dia é que não acreditamos que elas existam. Se acreditássemos – se
realmente pensássemos que existem pessoas pérfidas entre nós, que venderam a
alma para o diabo, receberam em troca poderes sobrenaturais e usaram esses
poderes para matar ou enlouquecer os vizinhos, ou para provocar calamidades
naturais —, certamente concordaríamos que, se alguém merecesse a pena de morte,
seriam essas sórdidas criaturas. Não há aqui uma diferença de princípios
morais, apenas de enfoque dos fatos. Pode ser que o fato de não acreditarmos em
bruxas seja um grande avanço do conhecimento, mas não existe avanço moral algum
em deixar de executá-las quando pensamos que elas não existem. Assim como não
consideraríamos misericordioso o homem que não armasse ratoeiras por não acreditar
que houvesse ratos em sua casa!”) [Livro 1, Capítulo 2, ‘Algumas objeções’,
parág. Final]. Logo, se somos discípulos de Lewis e lemos que na Tanzânia o
povo está matando bruxas, isto não nos deve espantar de modo algum. Por outro
lado, se não somos de Lewis, a notícia de um “bruxocídio” pode e deve até nos
levar a condenar a hediondeza de se fazer justiça com as próprias mãos, mas
jamais teremos, diante de Deus, a justiça de seguir a fé (“o justo viverá da fé”)
e assim incorporamos pecado até mais grave do que condená-las à prisão perpétua
ou à pena de morte, se esta existir no país. Mais uma vez e como sempre, é a nossa
descrença que condena toda a pós-modernidade, e não a nossa revolta contra a crueldade
comum a todas as pessoas que manipulam poderes satânicos. Olho vivo!
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