Em meados da década de 1970, no auge de minha fase de
fanatismo protestante, eu ouvi o saudoso professor Costa Matos chamar o antiCristo
de Comunismo ou simplesmente dizer
que o Comunismo é a personificação social de satanás. Ora, como todo
protestante simplório e fundamentalista, eu engasguei na hora e engoli no seco,
preparando uma longa discussão com o “baixinho CM”, com o qual tive muitos arranhões
até a hora de sua morte (apesar da sólida amizade e ótimas lembranças). O que
quero trazer daquele episódio para uma análise atual da política brasileira?
Vamos por partes. A Palavra de Deus revela um conflito terrível e eterno entre
o Bem e o Mal, sobre o qual CS Lewis explicou todas as diferenças, pois, embora
a mente humana tenda a equiparar os dois, o Bem foi, é e será sempre superior
ao Mal, e sempre o vencerá; e o Mal, também sem variação, sempre acusará o Bem
de ser o verdadeiro mal, apresentando-se como vítima e injustiçado pelo egoísmo
do Lado Bom. Com efeito, a Bíblia, a rigor, não poderia trazer a exatidão e o
detalhamento das explicações de Lewis, sob pena de nem no mundo inteiro caberem os livros que precisariam ser escritos,
como disse João. Logo, nós temos que entender – ou forçar o entendimento – que
aquilo que a Escritura chama de “O Mal” com inicial maiúscula, tem de fato a sua personificação real num homem de carne
e osso (o filho de satanás, chamado “o falso profeta”) e se manifestará em pessoa no início da Grande Tribulação, após divulgar seu
rosto para o mundo todo ver, em cadeia de Rádio, Televisão e Internet: isto é O
ANTICRISTO de fato e de direito, e não podemos perder isso de vista, se
quisermos nos manter fiéis à verdade bíblico-teológica de toda a Cristandade.
Todavia, podemos inferir que o último
antiCristo, o espírito do Mal que virá em carne e osso, poderá – e deverá –
se utilizar dos mais diversos estratagemas camufladores, seja na figura de
outros homens, seja na insinuação filosófico-ideológica, seja na
espiritualização maligna de cultos materialistas, seja na “conscientização
histórico-crítica” do ateísmo, seja na promoção da depravação sexual, enfim, em
qualquer coisa. E é aqui que entra o Comunismo: o Comunismo deve ter sido a última palavra de orquestração diabólica do
inferno, como que para endireitar e aplainar as veredas do antiCristo, tal
como João Batista preparou e aplainou os caminhos do Senhor. Então, neste sentido,
Costa
Matos estava 100% certo, mas, só hoje, nestes últimos meses, obtivemos
consciência do tamanho da maldade por trás do Comunismo, e ela se consubstancia
no seguinte arrazoado: o Bem é a perfeição da santidade e do cumprimento da
Moral cristã. O Mal é a tentativa de fazer o perfeito descumprimento da Moral e
a conspurcação da santidade de Deus, propondo a Depravação Total como regra áurea neste planeta. Depravação total –
ou em lato senso – é a petrificação da certeza de que não há lei nem ordem no
universo, e que “tudo me é lícito, mesmo que seja a pura maldade”. Promove, em
última análise, a cegueira irreversível para com sua própria consciência, fazendo
com que o pecador não veja, de fato, nenhuma maldade em suas obras más.
(Continua daqui a 5 dias)...
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