CS Lewis expôs
sua espantosa crença em mundos subterrâneos em pelo menos duas ocasiões
distintas, em duas obras tidas por ficcionais pelo grande público (não pelos
“íntimos”). Foi quando mostrou o esconderijo da serpente-feiticeira no livro “A
Cadeira de Prata”, quando um príncipe narniano foi aprisionado pelo encanto
diabólico da beleza e sensualidade de uma mulher estonteantemente bela que
andava pelas estradas de seu reino. Já o reino dela, o reino da cobra, era
embaixo da terra, por lugares tão grandes e profundos que não é possível
desdizer a crença de Lewis de que os planetas são ocos, como alegava James E. Lovelock. Numa outra obra de Lewis, agora o livro Perelandra, o Dr.
Fisher King chegou a ver, com seus próprios olhos, as enormes galerias dos
mundos subterrâneos, apontando inclusive para séquitos grandiosos de criaturas
(com coroas na cabeça) que poderiam muito bem ser chamadas de “deuses”. Enfim,
acerca de mundos subterrâneos, talvez o leitor não saiba que, mesmo dentre
escritores brasileiros, as histórias com aventuras embaixo da Terra não são
raras, e nós da EAT vimos aqui prestigiar uma em particular, a excelente obra
de ninguém menos que o senador Cristovam Buarque de Holanda, chamada “Deuses
Subterrâneos” (1994), na qual há uma raça de homens-deuses que domina o
submundo, e outra na superfície da terra, os andróides-homens, na qual se
antevê, a cada passo, um confronto apocalíptico pós-milenista muito bem narrado
em primeira pessoa. Ali, a perícia de Buarque é tão perfeita que o leitor é
levado a entrar e sair de discussões filosóficas (sem nem sentir seu peso, de
certa maneira), tão entranhadas estão elas no enredo. Mais que isso: a
interrogação sobre a origem do homem, a questão da autonomia do ser ante a ação
dos deuses, os fundamentos da ciência, a função da arte, são temas que emergem
da narrativa, na condição de pertencentes ao enredo ou ao fio condutor central,
e não como componentes marginais da história divulgada. Do mesmo modo, temas
candentes da contemporaneidade, como a questão ecológica, as relações entre o
homem e a máquina, os fundamentos político-econômicos da Nova Ordem
Mundial que se vai
instaurar, servem à urdidura da narrativa de forma harmoniosa com sua trama
ficcional. E o que vemos nessa trama? Entre outras coisas, um pequeno grupo de
cientistas e estudantes indo atrás de um lugar subterrâneo, “um lugar de
origem”, ao qual a mente humana permaneceria conectada, não por circuitos
míticos nem mágicos, mas por uma matriz informatizada cuja memória provém dos
deuses/homens originais. Os relatos míticos que o recobrem, contudo, servem
magnificamente ao propósito dos deuses de atrair alguns homens que lhes
interessam (a Elite-chefe do Governo
Oculto do mundo), para esses subterrâneos. Por último, é uma obra
portentosa, que todo leitor da EAT deveria ler. E mais, por falar em
subterrâneos, homens-deuses, governo oculto, etc., vem bem a calhar com a
revelação dos ufólogos de que existem de fato bases
subterrâneas nos EUA, Europa, Rússia, China, etc., nas quais os militares
conviveriam e trabalhariam como auxiliares ou subordinados de alienígenas.
Enfim, aqui está mais uma obra para nossa agenda de leituras.
segunda-feira, 5 de maio de 2014
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