Nosso amado CS Lewis nos
explicou que o maior de todos os milagres é o da Encarnação, porque, sem ele,
não existiria o da Crucificação, e muito menos o da Ressurreição, aquele que
nos salva. Pensando nisso tudo, vemos que temos então muito mais coisas a
investigar e entender, naquele que foi ao mesmo tempo o mais humilde e o mais
portentoso ato de Deus, a saber, o instante mágico onde o Infinito assumiu a
finitude, ou onde a Perfeição decidiu encarar de vez a imperfeição, correndo
até o risco de com ela “comungar”. E a Igreja está certa ao
afirmar que literalmente TUDO, tudo
mesmo, foi de alguma forma influenciado ou alterado naquele ato humilde da
concepção de Maria.
O infinito não poderia adentrar a finitude e até a
precariedade da terceira dimensão, sem modificar alguma coisa, e sem ser de
alguma forma modificado. E assim, neste turbilhão de operações transcendentais
inimagináveis, toda a Natureza de Deus foi tocada por tamanho milagre, e toda a
natureza da Criação foi transmutada, ora sutil, ora drasticamente. Nem era
preciso, cremos nós, que o próprio Deus determinasse que assim seria, como se
Ele próprio precisasse de ordem para fazer-se “notar”; porquanto por pura
lógica matemática, nenhum infinito chega a um finito sem trocar com este
reciprocidades, “sinais
e partículas”, que em ambos transpareceria! Eis que obviamente esta
aproximação-infusão, sob qualquer ponto de vista, trocou reciprocamente tantos
elementos entre si, ocupando espaços em ambos, ao ponto de nada mais ter
restado igual ao que era, e assim TODA A HISTÓRIA DO UNIVERSO foi alterada
naquele ponto (que
chamamos "Ever-zero"), ao ponto de tudo agora merecer outras
nomenclaturas, obrigatoriamente. Logo, a matéria não era mais só matéria, a luz
não era mais só luz, a energia não era mais só energia, e até as trevas não
seriam mais apenas trevas, porque até os seus agentes nefastos ganharam algo
ruim ou saudoso com que se preocupar! E em tudo isso, ou bem no meio disso tudo,
está a Santa Eucaristia, pois NADA (depois da Encarnação) faz mais relação com
esta e guarda-lhe mais lembranças do que o
Nascimento do Menino Jesus entre nós. Enfim, que saibamos todos olhar este
Dia como um “Ever-zero”, um Evento único no Cosmos, o instante mágico por
excelência (quem ler entenda) onde o jamais nascido nasceu, e onde o jamais
mortal provou a morte e a venceu!
Nenhum comentário:
Postar um comentário