“Hei de ver, meu Salvador, redimido junto dele eu ei de
estar. Hei de ver meu Salvador, os sinais dos cravos hei de contemplar”... (Trata-se do hino 509 do Cantor Cristão, chamado Verei meu
Redentor)
Por que Jesus ainda hoje
guarda as marcas dos cravos em suas mãos e pés? Esta é uma pergunta
inquietante. Porque todos nós, quando pensamos na eternidade e no Paraíso,
pensamos em uma vida PERFEITA, sem defeito e 100% purificada das imperfeições
terrestres. Porquanto o Deus perfeito e onipotente, certamente trabalharia para
que tudo se tornasse impecável, irrepreensível e exato, ou faria tudo retornar
à perfeição, naquilo que porventura houvesse recebido danos ou avarias, por sua
coerência e magnânima vontade de estar sempre junto da perfeição. Esta seria a
maneira mais lógica de se colocar a questão, e certamente foi esta a idéia que
perpassou na mente dos anjos benignos, e até no próprio Deus. Até porque se
sabe, em estética, na engenharia e na ciência da Caologia,
que aquilo que podemos identificar como “imperfeição”, pode se configurar, e de
fato o faz, na singularidade, peculiaridade ou assimetria compositora da
exatidão, que, ao contrário do que os olhos falhos da Humanidade pensam, não
seria tão simétrica e uniforme quanto requerem nossos padrões de beleza e
forma. Assim, uma linda jovem que tem um sinal no rosto pode ser mais bela
justamente por causa do sinal, ou um leve estrabismo pode embelezar ainda mais
uma bela mulher. E esta regra também valeria para o plano espiritual: uma obra
de salvação que apresentasse a feiúra do derramamento de sangue e da crucificação,
além da aparente derrota do mestre, pode ser justamente a obra mais perfeita,
cuja beleza estaria muito além do que nossos olhos humanos captam ou suportam.
Ora, vejamos agora que, se Jesus irá nos mostrar as mãos e os pés e ali nós
veremos, com nossos próprios olhos, as marcas ou cicatrizes dos ferimentos da
cruz, por que cargas d’água Ele manteve aquelas marcas? Se a estética repugna
feridas e cicatrizes, e se a onipotência poderia “limpar” tudo, por que manter
aquelas marcas dolorosas, correndo o risco de serem entendidas como um sinal de
rancor, e não de perdão? Enfim, aquela obra grandiosa de Deus na cruz e seus
mistérios gloriosos apresentam uma mensagem muito mais profunda do que qualquer
um de nós pode supor... – E, sem considerar CS Lewis, parece que só um homem
poderia dar uma resposta cabal e completa sobre esta pergunta. E ele teria que
ser um médico ou um cirurgião que trabalhasse com mãos e pés. O nome dele é
PAUL BRAND, e sua resposta está expressa NESTE link. Oferecemos,
pois, aos nossos alunos e leitores esta pérola maravilhosa dos céus, isto é,
numa composição que adorna, com heráldica narniana, as palavras do grande
cirurgião de Deus, encontradas no extraordinário livro “Deus
sabe que sofremos”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário