“Sim, perdemos o controle sobre nós mesmos”

O corajoso e desbocado Regis Tadeu (doravante RT), que tantos detestam pelo seu estilo ‘metralhadora giratória’, nos brindou com um texto primoroso acerca da situação atual de nosso país, e não apenas com suas costumeiras e boas críticas à música de baixa qualidade deste mesmo povo de mau gosto. Surpresa das surpresas, RT nos fez repetir seu título para este post e convidamos o leitor para ler primeiro seu artigo obra-prima (leia NESTE link), no qual ele não poupa palavras para escancarar toda a desgraça que se abateu sobre nossa nação, agora transformada numa praça de guerra das mais encarniçadas da História, e às vésperas de um banho de sangue. Entretanto e a bem da verdade, o que devemos considerar prioritário aqui é o aspecto filosofal da crônica de RT, e tentarmos compreender mais a fundo o que de fato está em evidência no cenário que ele descreveu. 

Assim, ao dizer que “perdemos o controle sobre nós mesmos”, RT nos leva ao espelho ou ao autoretrato mais inquietante de toda a história da Terra a partir da Queda Adâmica, apontando para a situação-limite entre a sobrevida de toda a raça humana e a extinção total do Homem, exterminado pela própria autofagia da barbárie urbana, que os povos antigos resolveram à base de guerras fratricidas providenciais (triste é ter que olhar para tudo aquilo que RT falou e ver que a única solução parece estar mesmo no confronto armado, do qual sempre resulta a morte em massa de inocentes, crianças, idosos, etc.). De qualquer modo, como de todo mal devemos extrair um bem, a lição que fica é a do trágico fim da eterna rebeldia humana, cuja razão sem razão se volta contra o Criador e afunda no poço profundo do pecado, antecipando o inferno que engole as consciências e as esmaece na vontade angelical trevosa a quem este estado de coisas interessa. O Fim está mesmo próximo, e o descontrole sobre a violência urbana de que falou RT nada mais é que o cumprimento da mais dolorosa profecia de Cristo, aquela que diz que “um dia haverá sofrimento como nunca houve desde que o mundo é mundo”, e por ele “os homens desmaiarão de pavor pelas ruas”. Que Deus tenha pena de nós.