Ao sentenciar a ordenança “conduzí todas as naturezas à
perfeição”, o personagem de Lewis expõe um processo gigantesco e
multidimensional que atinge todas as criaturas, inclusive as do reino mineral (Clique na figura para ampliar).
O Reino de Deus é a figura máxima da democracia e da
monarquia, a um só tempo. É monarquia porque seu chefe é Deus, e Deus é Senhor
e Rei. É democracia porque, sendo o chefe um pai amoroso e justo, delega todas
as obras grandiosas aos seus filhos, desde o primeiro ao último. Desde o mais
elevado arcanjo, à mais pura das criancinhas. Ao concluir a primeira obra da
Criação, aquela parte do espaço multidimensional que cabe aos anjos e deuses,
Deus deu uma ordem que ecoa até hoje: “conduzí
todas as naturezas à perfeição” pois nada menos que isso importa, e nada
mais que isso é possível”. Logo, ali estava o conceito de Evolução elevado ao
seu mais alto grau, espalhado democraticamente por todos os lados, no que
convém chamar o processo de “Panevolução” (“Pan” = Tudo; + “Evolução” =
processo de crescer multidimensionalmente). Deus, então, nunca desejou criar um
Reino de criaturas no qual Ele fosse sempre o Chefão frio, berrador de ordens
atrás de ordens, sem que nada de mais interessante acontecesse em meio à
multidão de criaturas. Então, para tornar as coisas agradáveis e interessantes,
a primeira obra de doação foi outorgar às criaturas o seu mesmo Livre-arbítrio,
embora sem o seu mesmo poder (este, se fosse dado, seria uma temeridade, pois o
Livre-arbítrio permitiria uma rebeldia tal que toda a criação correria o risco
de destruição, e por isso Lúcifer tinha muito poder, mas jamais igual ao de
Deus. Concluída a primeira parte desta grande obra, quem tinha bondade n’alma
iria sempre desejar ver as criaturas inferiores crescerem e ficarem grandes, o
que certamente não seria desejado pelas almas más. Aqui está o conceito final
de Evolução: Deus sempre desejou ver todas as criaturas crescerem ao máximo, e
pediu a cada uma que conduzisse ao alto aquelas que lhes fossem inferiores.
Assim, Arcanjos fariam crescer anjos, anjos fariam crescer homens, homens
fariam crescer animais, animais fariam crescer plantas, e assim por diante.
Esta é a Panevolução que CS Lewis tão bem pontuou em suas obras, notadamente nas
Crônicas
de Nárnia e na Trilogia Espacial.
E a pedra-de-toque de sua explicação foi esta: como o Homem aceitou a sedução
do pecado por aquele que lhe deveria fazer evoluir (Lúcifer), então Deus
providenciou um outro plano de evolução: A Imitação de Cristo
pela descida à Terra do próprio Deus, para elevar os homens à estatura dEle
mesmo, único modelo santo e confiável de crescer após milênios de pecados. “Sede
meus imitadores como eu sou de Cristo”, foi a forma como Paulo entendeu a
Panevolução. Que todos imitemos Paulo. Amém.
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