Deus criou a mulher com uma característica especial: ser
muito mais capaz de servir do que ser servida, e por isso a sentença de Jesus (Marcos
10,43-45) cabe tão bem a elas e nos envergonha a nós homens. São elas o grande
fundamento das obras de Deus feitas pelos homens, e sem elas o Homem, enquanto
primata superior, certamente ainda não teria saído das cavernas. E desde todo
sempre, esta qualidade feminina foi vista e convivida sobejamente, com uma
participação tão eficaz e natural que quase ninguém se deu conta de que a mola
do mundo era ela, o motor das gerações e a usina perfeita das famílias,
baluartes da sociedade. E nem cabe a ingrata hipótese de que a mulher só servia
enquanto era escrava, pois ela era puro-serviço desde antes da Queda, porque na
sua própria criação Deus disse que ela seria a perfeita
AUXILIAR do Homem (Gn 2,18). Na própria sentença de Deus estavam ocultos
todos os tesouros da dedicação feminina à salvaguarda da vida, sobretudo no que
diz respeito a alimentar
quem tinha fome, algo cujo símbolo ela trazia em seu próprio corpo: os
seios dados aos seus próprios bebês ou aos bebês de outras. Portanto e com
efeito, ela aprendeu desde cedo as artes da alimentação (trazendo certamente do
próprio “Deus-cozinheiro” a sua inteligência brilhante à mesa) e jamais se
negou a ser a “rainha do lar”, encantando a todos com as gostosuras que fazia
para almoços e jantares. Ao mesmo tempo, o homem sempre esteve muito mais
interessado em armas e conquistas, para suas caças e guerras, sem se dar conta
de que a Magia poderia ser a maior de todas as armas e conquistas!
Enfim, este é um resumo do quadro embasador do presente
argumento: Um dia, após a decadência e depravações cada vez maiores do macho,
ela começou a trilhar um caminho menos visível, ou a fazer aquilo que ela tinha
que esconder para evitar cair na violência machista. Assim, das
artes culinárias para a Alquimia foi um passo. É claro que alguns
primitivos magos lhes assopraram porções de ensinos alquímicos úteis, sobretudo
para a cura de doenças. Porém foram elas que, de posse das porções e de sua
sapiência culinária, enveredaram pelos caminhos ocultos da Magia, e assim
terminaram por se tornar bruxas
(a princípio, com razão, dada a violência bestial masculina). Todavia, como o
diabo sempre esteve por trás de tudo, não demorou para que ele as tornasse
realmente perigosas, e elas passaram a ser um grande malefício para as famílias
e para a sociedade, como mostrou Lewis nas Crônicas de Nárnia, mormente nos 2
primeiros livros. Finalmente, por terem tanto amor ao trabalho, por ficarem
felizes em ver seus servidos felizes, por serem “doutoras das emoções” e por
serem mestras da cozinha, a manipulação das fórmulas mágicas foi para elas algo
líquido e fácil, rápido e até aprazível, pois agora elas viraram o jogo, e
passaram a mandar no mundo. Isto explica o título deste post, e explicará o próximo.
Muito obrigado pela atenção.
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